Cuiabá – O menor Luis Henrique Dias Bulhões, de 13 anos, morreu ontem com um tiro na cabeça disparado por um policial do 5.º Batalhão da Polícia Militar do Mato Grosso. O disparo foi feito durante apresentação da PM no Mutirão da Cidadania, no bairro Jardim das Flores, periferia de Rondonópolis (MT), distante 210 quilômetros de Cuiabá, em uma ação social do município que contou com a presença do prefeito, Adilton Sachetti (PR). Ao menos nove pessoas foram feridas pelos disparos, que deveriam ser feitos com balas de borracha.

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No local, onde havia cerca de 500 pessoas, entre outras atrações, deveria ocorrer uma simulação feita pelos policiais do Grupo de Operações Especiais (GOE), envolvendo um hipotético seqüestro em ônibus, com reféns. Sete soldados e um oficial que participaram da ação vão responder a inquérito aberto para apurar as circunstâncias do acidente.

Testemunhas e a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública relataram que um grupo de PMs estava numa árvore para negociar a libertação simulada de um refém que estava no ônibus. O outro grupo de PMs, que seriam os ?bandidos?, revidou, atirando contra os soldados. Foi uma dessas armas, com balas verdadeiras, que matou o menor na simulação.

A morte do menor causou revolta na população da cidade. Antes da chegada da Polícia Civil para registrar a ocorrência, a cena do crime foi descaracterizada. O ônibus, as pessoas e as armas não estavam mais no local.

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A Secretaria de Segurança Pública vai investigar se algum policial militar, por engano, colocou munição real em sua arma no lugar da munição de festim. O comandante-geral da PM, coronel Benedito Campos Filho, foi a Rondonópolis e só deveria se manifestar sobre a tragédia no começo da noite. As armas utilizadas foram recolhidas para serem periciadas e um delegado da Policia Civil está investigando o caso.

O prefeito de Rondonópolis e o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), que está na cidade, ainda não se manifestaram sobre o crime.

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