A Polícia Militar de São Paulo recebeu ordem para não usar bala de borracha em protestos de estudantes contra a reorganização da rede estadual de ensino, realizada pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB). A determinação partiu do secretário Estadual de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, desde o início dos protestos nas ruas.

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Presente em diversas manifestações anteriores, como nos atos contra o aumento de tarifas do transporte público, a bala de borracha não foi usada em nenhuma das manifestações promovidas pelos estudantes na capital, apesar de já terem sido registrados confrontos com a PM e detenções de ativistas.

Para dispersar os grupos, policiais têm se valido de outros recursos, como imobilização, spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo – considerados de menor potencial ofensivo pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). A estratégia, no entanto, não evitou que os manifestantes acusassem a PM de truculência. Também há registro de alunos feridos por estilhaços de bomba de efeito moral ou por uso de cassetete.

A ordem para que os PMs não usem bala de borracha tem dois motivos. Um deles é que, apesar de o procedimento operacional indicar que o alvo deve ser mirado da cintura para baixo, balas de borracha disparadas por policiais já provocaram ferimentos graves em suas vítimas, entre elas pessoas que não participavam dos atos e jornalistas, atingidas em regiões mais sensíveis, como os olhos.

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Em meio à crise provocada pelas ocupações de escolas e travamento de ruas importantes em São Paulo, a divulgação de ferimentos graves, com sangramento, por exemplo, contribuiria para imagem negativa da polícia e, consequentemente, para o governo estadual.

Em paralelo, o secretário Alexandre de Moraes também avalia que os estudantes têm menos disposição de entrar em confronto direto com a PM – ao contrário do que normalmente acontece com os black blocs em outros protestos.

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