Após um início de rebelião na Colônia Penal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, na terça-feira, o governador do Estado, André Puccinelli (PMDB), radicalizou. Durante a cerimônia de abertura dos trabalhos da Assembléia Legislativa, Puccinelli afirmou que, em caso de novas reações de detentos, a polícia estaria liberada para atirar. "Ao primeiro gesto de reação, é ordem do governador: pode disparar a arma".
Segundo a assessoria de comunicação do governo, a frase dita por Puccinelli é uma questão para causar impacto. "Ninguém em sã consciência acreditaria que o governador mandaria atirar em um detento", informa a assessoria. A intenção do governador, segundo a assessoria, era a de orientar os policiais para que se defendam na primeira reação do preso e que, se necessário, estariam autorizados a atirar. De acordo com a assessoria, no caso do princípio de rebelião na terça, dois policiais militares estavam em perseguição a suspeitos que se refugiaram na colônia. Ao chegarem, os PMs foram recebidos por dezenas de presos a pedradas. A viatura foi cercada e os policiais resolveram fugir do local. O carro acabou sendo incendiado.
No dia seguinte ao tumulto, cerca de 260 policiais fizeram uma revista na colônia e encontraram um pé de maconha, já produzindo com cerca de 1,20 metro de altura, segundo a assessoria. Indagado sobre as medidas a serem adotadas na unidade prisional, que tem cerca de 700 internos em regime semi-aberto, o governador propôs que o regime se torne fechado. "A determinação de tolerância menor do que zero foi dada", afirmou o governador.