Enquanto persiste o impasse entre governos federal e estadual, Rocinha segue vigiada. |
Rio – Dois traficantes morreram ontem na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Militar, um dos mortos é Luciano Barbosa da Silva, o “Lulu”, chefe do tráfico na favela. O corpo dele foi para o Hospital Miguel Couto. Tanto Lulu quanto o outro traficante chegaram mortos, com o corpo cheio de balas. Lulu teria sido morto com um tiro na barriga, por volta das 16h. Segundo a PM, eles entraram em confronto com agentes do Batalhão de Operações Especiais, em um lugar chamado “terreirão”.
Com eles, foram apreendidas duas pistolas e dois fuzis. Somente ontem, 19 pessoas foram detidas e três foram identificadas como traficantes. Uma delas estava com roupas camufladas e drogas. Moradores da comunidade fecharam o comércio porque o clima na Rocinha ficou tenso depois da morte do traficante. A polícia ficou temerosa de reação de populares incitados pelos traficantes da área.
Recentemente, a polícia divulgou imagens da casa de Lulu no alto da Rocinha. Em quatro andares, o refúgio do traficante contava com banheira de hidromassagem e uma discoteca. A casa, agora, serve de base para as operações da polícia. Com as duas mortes, sobe para 12 o número de mortos desde o início do confronto entre traficantes do Vidigal e da Rocinha, na madrugada de sexta-feira, pelo controle de pontos de venda de droga na favela.
Enquanto isso, em Brasília o secretário da Segurança do Rio, Anthony Garotinho, cobrou a liberação de recursos por parte do governo federal. Ele participou, em Brasília, da reunião do Colegiado Nacional dos Secretários da Segurança Pública com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. “Acho que está na hora de o governo falar menos e fazer mais. Não adianta ir a uma reunião de secretários, prometerem recursos e não liberar”, disse Garotinho.
Os secretários cobraram do governo federal mais agilidade na execução do Plano Nacional de Segurança Pública e reclamaram do montante “irrisório” de recursos previstos para este ano. Em reunião que durou quase três horas, 17 secretários assinaram várias resoluções.