Araçatuba, SP (AE) – Uma ação com 230 homens da Polícia Militar e de grupos de contenção da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) pôs fim, ontem, a uma tentativa de rebelião na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, a 635 quilômetros de São Paulo. Lá estão presos 454 líderes de rebeliões e da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

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A revista foi decidida na quarta-feira, depois que a direção da penitenciária recebeu a informação de que detentos ligados ao PCC fariam um ?acerto de contas? entre si e aproveitariam a oportunidade para fazer uma rebelião, usando os próprios colegas como reféns.

A blitz teve início por volta das 7h, quando homens da tropa de choque da PM e agentes de segurança da SAP invadiram o presídio, e terminou quatro horas depois, com o saldo de 25 estiletes apreendidos, que seriam usados no motim. Os estiletes, de metal, foram feitos de ferros retirados do concreto das celas. Além dos estiletes, a apreensão de uma chave falsa de algemas, em poder de um líder do PCC, confirmou a informação de que os detentos planejavam uma rebelião, rendendo agentes.

Um policial militar, que participou da operação, disse que todos os detentos foram retirados das celas e levados para o pátio. ?Desta vez eles tomaram banho de sol?, disse. Desde 19 de junho os detentos não saíam para o banho de sol, em protesto contra o esquema de segurança adotado pelo presídio para vigiá-los. Antes de sair das celas, porém, eles dispensaram os estiletes. A maior quantidade estava nos pavilhões 3 e 4.

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A última blitz em Venceslau foi feita em 20 de junho, quando os agentes encontraram seis celulares, um túnel e buracos em cinco celas.

Fábrica de bolas servia ao crime organizado

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São Paulo (AE) – Uma fábrica de bolas estava a serviço do crime organizado. O Ministério Público Estadual (MPE) suspeita que drogas, armas e telefones celulares entravam em uma dezena de presídios do Estado de São Paulo por meio de bolas costuradas pelos presos. A empresa que as fazia se valia da mão-de-obra de detentos e era de propriedade do advogado Eduardo Diamante e do preso Bruno Cesar Pascini. Diamante foi preso na semana passada sob a acusação de servir de pombo-correio para a cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC).

As bolas recebiam acabamento feito pelos presos. Quando apresentavam defeito, elas retornavam para novos arremates. Era então que os objetos chegavam nas bolas. O Gaeco pediu à Secretaria Estadual da Administração Penitenciária (SAP) que tome providências contra a empresa. A SAP informou que suspendeu as atividades da empresa nas penitenciárias logo após a prisão do advogado.