PM é baleado por traficantes na Favela da Rocinha

Um policial militar da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, foi baleado na madrugada desta quarta-feira (1) por traficantes. O soldado Vitor Evangelista foi atingido durante um patrulhamento de rotina na Rua Um, na parte alta da comunidade. Baleado no pé e na coxa, Evangelista foi levado por colegas ao Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon, zona sul. Depois foi transferido para o Hospital Central da PM, no Estácio, zona norte. Ele passa bem.

Na madrugada de terça-feira (30), os PMs da UPP sofreram outro ataque dos traficantes que ainda agem na favela. Um policial foi levemente ferido por estilhaços de um projétil disparado pelos criminosos. À tarde, um suspeito de envolvimento no episódio foi detido. Na delegacia, foi descoberto que contra André Luiz da Silva havia um mandado de prisão por associação para o tráfico.

Após década de domínio pelo tráfico de drogas, a Rocinha foi ocupada pelas forças de segurança em novembro de 2011. A comunidade ganhou uma UPP em setembro de 2012. Uma semana antes da inauguração da UPP, o soldado Diego Bruno Barbosa Henriques, de 25 anos, foi atingido por um tiro de pistola calibre 9 milímetros na cabeça, quando fazia patrulhamento na parte alta da favela. Ele chegou a ser levado ao Hospital Miguel Couto, mas não resistiu.

Em 4 de abril do ano passado, quando a Rocinha ainda estava ocupada por PMs do Batalhão de Choque, o cabo Rodrigo Alves Cavalcante, de 33 anos, foi baleado no ombro esquerdo e na altura da axila, num beco próximo à Rua Um, na parte alta da Rocinha. Ele também morreu no hospital. Após efetuarem disparos, os criminosos fugiram.

HABEAS CORPUS

A 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio concedeu, na terça-feira (30), habeas corpus a William de Oliveira, o William da Rocinha, e Alexandre Leopoldino Pereira da Silva, o Perninha – respectivamente ex-presidente e ex-vice-presidente de uma das associações de moradores da comunidade. Na ocasião, William da Rocinha também era assessor do gabinete da vereadora do Rio Andrea Gouveia Vieira (PSDB). Ele foi exonerado.

O habeas corpus foi concedido menos de uma semana após a condenação de ambos a 4 anos de prisão em regime semiaberto, pela 38ª Vara Criminal, pelos crimes de associação para o tráfico e tráfico de drogas. Os dois foram presos em dezembro de 2011, após a Polícia Civil ter recebido um vídeo que mostra a dupla supostamente vendendo um fuzil a Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, então chefe do tráfico da Rocinha. O bandido também foi condenado neste processo a 10 anos e 8 meses de prisão. Nem foi preso momentos antes da ocupação da Rocinha pelas forças de segurança, em 2011.

Beneficiados por serem réus primários, William da Rocinha e Perninha foram absolvidos pelo crime de posse ou porte ilegal por arma de fogo.

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