Rio (AE) – O comando da Polícia Militar do Rio determinou que os policiais lotados nos Postos de Policiamento Comunitário (PPCs) localizados em favelas da capital fluminense passem a ser submetidos a um esquema de rodízio. O objetivo é evitar a ?promiscuidade? entre os PMs e a comunidade – e, em alguns casos, o envolvimento deles com traficantes de drogas. ?Os postos têm de ser repensados e o rodízio é o primeiro passo?, afirmou o secretário de Segurança Pública do Estado, Marcelo Itagiba. ?Em muitos deles, é feito um trabalho assistencial, quando a polícia é feita para prender criminosos.?
Para reverter esse quadro, a PM estuda a possibilidade de transformar os PPCs em centros de atendimento à população das favelas. A alternância deverá ser instituída nos próximos dias. A medida é tomada depois de um incidente ocorrido no PPC que fica na divisa entre as favelas de Vigário Geral e Parada de Lucas, na zona norte da capital. Preso por policiais civis na manhã de quinta-feira, um homem acusado de ter esquartejado oito jovens de Vigário Geral, seqüestrados por bandidos de Parada de Lucas há duas semanas, foi solto horas depois por dois PMs do posto. Eles podem ter recebido propina de R$ 10 mil.
Investigação
O seqüestro dos oito moradores de Vigário Geral passou a ser investigado pela Delegacia de Homicídios. O delegado Marcus Neves, da delegacia de Brás de Pina, que estava à frente do caso, afirmou que o inquérito ficará a cargo da unidade porque é especializada nesse tipo de crime, e, portanto, tem mais condições de levar as investigações adiante. Neves afirmou acreditar que os rapazes estejam mortos e que sejam traficantes.
Ele ficará responsável pela investigação referente ao tráfico de drogas – os seqüestradores seriam bandidos de Parada de Lucas, dominada por um bando rival ao de Vigário Geral. O delegado de Homicídios Carlos Henrique Machado ainda marcará a reconstituição do seqüestro. É preciso esclarecer pontos como a suposta participação de policiais militares e do carro blindado da PM no crime.