A Polícia Civil investiga a conduta de policiais militares que entraram na Escola Estadual Marilena Chaparro, no Parque Anhanguera, zona oeste de São Paulo, na última sexta-feira, 11, para reprimir o protesto de alunos contra o fechamento de salas-ambiente e de informática. Adolescentes entre 12 e 16 anos relataram agressões e uso de spray de pimenta.

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A PM foi chamada por uma policial que estava dentro da unidade dando uma aula sobre prevenção às drogas. A diretora procurou a agente durante o protesto. Segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), foi ela quem acionou os colegas de farda.

Vídeos divulgados em redes sociais mostram estudantes levantando cartazes antes de a diretora da unidade abrir um dos portões para os PMs. Um estudante é arrastado por um dos policiais para a rua.

Segundo a Secretaria Estadual da Educação, a diretora “foi retirada do cargo no mesmo dia do ocorrido”. A pasta informou ter instaurado uma “apuração” para investigar o que houve e também que os estudantes agredidos “estão recebendo apoio” do governo.

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Para Marcio Massela, conselheiro estadual da Apeoesp, os vídeos e relatos de professores “mostram o despreparo” da direção da escola. “Era um protesto pacífico e ficou claro que a diretora não teve capacidade de intermediar a ação dos alunos.”

O 46º DP (Perus) instaurou um inquérito policial. O delegado Ricardo Guanaes Domingues, titular do distrito, disse que, além da conduta dos PMs, a dos estudantes e a dos educadores da escola também estão sendo investigadas. Ele afirmou que um adolescente foi levado para a delegacia por portar um canivete e desacatar os PMs. O garoto foi liberado em seguida.

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A PM informou que o Comando de Policiamento da área está apurando as circunstâncias do fato. “As imagens estão sendo analisadas e, se constatada irregularidade na conduta policial, tomará as medidas cabíveis.”

‘Armadilha’

Um estudante de 14 anos que participava do protesto disse que os PMs fizeram “uma armadilha” para os alunos. “As viaturas ficaram paradas longe do portão para a gente não ver. Quando arrastaram um menino, a diretora liberou o pessoal para ir embora. Foi então que a polícia começou a correr atrás da gente.”

A tia de um estudante de 16 anos contou que o sobrinho levou golpes de cassetete. “Além de agredirem ele, quebraram o celular que ele usava para filmar o abuso da PM.” Amanhã, estudantes e sindicato farão protesto na frente da unidade.