Um documento elaborado pela secretária de Aviação Civil, Solange Vieira, prevê aumentos de 100% nas taxas de embarque pagas pelos passageiros nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos, em São Paulo, e de até 1.200% nas tarifas pagas pelas empresas. Esse reajuste poderá levar a um aumento de pelo menos R$ 40 para o passageiro, considerando um bilhete doméstico de ida e volta. O reajuste de tarifas faz parte de um plano que será apresentado na próxima semana pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Para conter a procura, o governo já havia diminuído o uso de pistas em Congonhas e transferido vôos. Agora, a idéia é desencorajar empresas e passageiros a usarem esses aeroportos e obrigá-los a buscar alternativas. O governo pretende transferir o fluxo de aeronaves para Viracopos, em Campinas, e outros aeroportos – que na comparação ficariam mais baratos.

Se as medidas forem implementadas, a taxa de embarque paga pelo passageiro de Congonhas passará dos atuais R$ 19,62 por trecho para R$ 39,24 – aumento de 100%. Somam-se a isso os repasses que as companhias poderão fazer com o aumento das tarifas pelo uso dos aeroportos.

Pelos planos do governo, as tarifas de pouso em Congonhas passariam de R$ 1,67 por tonelada para R$ 10,02 a tonelada, aumento de 500%. Com esse acréscimo, Gol, Varig e outras companhias que utilizam um Boeing 737, pagariam R$ 871,74 de tarifa para pousar em Congonhas, ante os R$ 145,29 atuais. Dividindo-se esse valor pelo número de passageiros, chega-se a um aumento de R$ 6,7 por passageiro (considerando uma ocupação de 70%). No caso do A320, usado pela TAM, a tarifa de pouso subiria de R$ 187,87 para R$ 1.127,25. O custo extra por passageiro, considerando a mesma taxa de ocupação, seria de R$ 8 26.

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Estão previstos ainda aumentos pelo uso do pátio de manobras em Congonhas. A idéia agora é dobrar o valor da tarifa a cada 30 minutos.

Já para o Aeroporto de Guarulhos, a proposta prevê aumento de 1.204,35% na tarifa de permanência de aeronaves. Isso significa passar de US$ 0,23 por tonelada/hora para US$ 3 por tonelada/hora. Quem opera um avião como o Boeing 747, que hoje paga US$ 650,33 por hora, passará a pagar US$ 8.482,50. Dividindo-se o valor pelo número de passageiros, considerando uma ocupação de 70%, chega-se a um aumento de US$ 28,69 por passageiro. Em Guarulhos, a medida afeta as companhias brasileiras e estrangeiras e as cargueiras. O documento já foi apresentado às companhias, em uma reunião na Agência Nacional de Aviação Civil.

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