Até 2030, São Paulo pode somar mais 1,3 mil km de ciclovias. Pelo menos é esse o plano da atual gestão. A extensão da malha cicloviária, que hoje tem 381 km (dos quais 284 km foram entregues por Haddad), tem como objetivo fazer a ligação de vias mais afastadas com o centro da capital.
O mapa proposto planeja, por exemplo, pistas exclusivas para bicicletas na Avenida Teotônio Vilela, na zona sul, e em parte da Radial Leste que vai do Tatuapé ao Parque Dom Pedro. “Neste trecho da Radial, a ciclovia existente acaba e o ciclista é jogado para as demais pistas de forma abrupta. A ligação proposta é fundamental para conectar a zona leste com a região central de forma segura”, diz o ciclista Daniel Guth, consultor em mobilidade.
Guth afirma que há interesse e demanda na cidade por mais ciclovias. “São Paulo tem 17 mil km de vias. Pensar em 1,7 mil km de ciclovias é o mínimo. E não precisamos esperar até 2030 para isso.”
O capítulo dedicado às bicicletas ainda traz metas de construção de pontes e passagens subterrâneas apenas para ciclistas. “Este foi mais um pedido que incorporamos ao plano”, afirma o assessor especial da Secretaria Municipal de Transportes, Josias Leche.
Com a função de diretor executivo do plano, Leche foi um dos responsáveis por selecionar as demandas da sociedade. A lista traz pedidos de ampliação dos corredores de ônibus. Hoje, são 11, que somam 124,3 km. A meta que trata do tema prevê outros 600 km com plataformas modernas de embarque e terminais de integração. “É disso que o trânsito de São Paulo precisa, de mais corredores de ônibus. Só assim dá para pensar em deixar o carro em casa”, diz a estudante Silvane Dantas, de 28 anos.
Entre os principais temas tratados no plano há ainda a previsão de regularização da Uber e a implementação de semáforos inteligentes.
Em evento na semana passada, o prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou que a cidade deve passar por uma reforma viária, de acordo com o estabelecido pelo Plano Diretor, para reeducar a sociedade em relação ao espaço público. “A calçada vem na frente da rua. A ciclovia vem na frente da rua. E a faixa de ônibus vem na frente da faixa de rolamento (dos carros).”
A Prefeitura não quis estimar o preço das obras propostas no plano. Extraoficialmente, especula-se que o custo seria de R$ 15 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.