Plano muda política para adoção

Brasília (AE) – Manter pais e filhos juntos, estimular programas alternativos à adoção e evitar ao máximo o abrigamento – ou seja, mandar para instituições crianças e adolescentes vítimas de abandono, maus-tratos e todo tipo de violência. A idéia, que vai na contramão do que foi praticado por décadas no País, é o principal ponto do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária, aprovado quartafeira pelos Conselhos Nacionais dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) e de Assistência Social (CNAS), com participação do Ministério do Desenvolvimento Social e da Secretaria Especial de Direitos Humanos.

O plano, que a partir de agora está em vigor, demorou dois anos para ser finalizado. Em outubro de 2004, o presidente Lula criou uma comissão para estudar o assunto, após pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrar que 87% das crianças e adolescentes que vivem em abrigos, o nome atual dos antigos orfanatos, têm pais vivos. ?Antes se entendia que a criança devia ficar com o Estado e que os pais não eram capazes de cuidar delas. O resultado foram instituições inchadas e famílias que ficavam sem nenhum apoio?, explica Ana Angélica Campelo, do Ministério do Desenvolvimento Social. ?O plano mostra que a institucionalização é um problema e que o esforço deve ser em ajudar esses pais a poderem cuidar de seus filhos.?

Uma das medidas deverá ser a mudança na remuneração dos abrigos, que atualmente recebem um valor por criança, o que, segundo especialista, faz com que eles não tenham interesse em trabalhar com as famílias para que assumam seus filhos de volta.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo