O Conselho Nacional de Defesa aprovou na quinta-feira (11), por unanimidade, a Estratégia Nacional de Defesa, passando por cima do Ministério das Relações Exteriores, que era contrário à parte específica sobre a questão nuclear. Diz o texto, feito em conjunto pelos Ministérios da Defesa e de Assuntos Estratégicos, que o Brasil “não aderirá a acréscimos ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares destinados a ampliar as restrições do tratado, sem que as potências nucleares tenham avançado na premissa central do tratado: seu próprio desarmamento nuclear”. O plano, obtido pelo Estado, diz que o Brasil tem direito de “manter abertas as vias de acesso ao desenvolvimento de suas tecnologias de energia nuclear”. Ressalva, porém, que o País “tem compromisso de seu uso estritamente pacífico”.

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O texto destaca, no entanto, “a necessidade estratégica de desenvolver e dominar a tecnologia nuclear”, para garantir a versatilidade de sua matriz energética, além de avançar em outras iniciativas que exigem independência de composição na matéria, como o projeto do submarino de propulsão nuclear. O documento será tornado público na tarde do dia 18, em cerimônia no Palácio do Planalto.

O Itamaraty conseguiu retirar uma parte do texto original, que constava do item que trata das hipóteses de emprego das Forças Armadas, “considerando-se o alto grau de indeterminação e imprevisibilidade de ameaças ao País”. Os diplomatas não se conformaram com a possibilidade de, em caso de necessidade, imobilização e resguardo dos interesses nacionais, as Forças Armadas ficarem autorizadas a entrar em outros territórios. Feitas as negociações, os termos foram tornados mais genéricos: “Com base nas hipóteses de emprego, serão elaborados e utilizados os planos estratégicos e pracinhas pertinentes”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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