Brasília – A Secretaria de Imprensa e Divulgação da Presidência da República divulgou ontem nota à imprensa em que afirma que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, permanece no cargo. De acordo com a nota, são "infundadas" as notícias de que Meirelles seria substituído. A nota diz também que o atual presidente do BC "exerce com competência e espírito público" seu trabalho. A notícia da demissão foi divulgada na edição de ontem de O Estado de S. Paulo, assim como a demissão do ministro da Previdência Social, Romero Jucá.
Reagindo à notícia, Jucá disse ontem, em Sorocaba, que só deixa o cargo se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedir. Afirmando que "o presidente é dono de todos os cargos", Jucá deixou claro que tem vontade de permanecer no ministério. Ele atribuiu a "especulações políticas" as informações de que Lula faria mudanças no governo, afastando ministros sob investigação para reafirmar a credibilidade, abalada pelas denúncias de corrupção. "O presidente pode fazer a reforma ministerial a hora que quiser." Jucá está sob investigação do Supremo Tribunal Federal (STF). "Fui convidado pelo presidente Lula e deixei o Senado, onde tinha uma atuação muito forte, para enfrentar o que muitos chamam de maldição", disse, referindo-se aos desafios da Previdência.
Discursando durante a inauguração de uma agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na cidade, o ministro da Previdência Social comparou-se a um "passageiro" no cargo. "Mas enfrento o desafio com a consciência tranqüila." Segundo Jucá, a administração federal agiu de forma correta ao apoiar as investigações das denúncias de corrupção nos Correios, dispondo-se a "cortar na carne" e punir quem tiver responsabilidade.