José Cruz / ABr |
O líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp, deve se concentrar na nova CPI. |
Depois de esvaziarem a CPI dos Cartões mista, os oposicionistas pretendem investir suas forças na comissão de inquérito exclusiva de senadores, que deverá ser instalada na semana que vem. Mas, para evitar surpresas, o governo decidiu ?blindar? a nova CPI e a ordem aos aliados é indicar apenas senadores fiéis ao Palácio do Planalto. ?A CPI mista está acabando mesmo. Então vou para essa nova?, disse ontem o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO).
Raupp já havia apresentado um requerimento à Mesa com as indicações, mas retirou a pedido da líder do PT, Ideli Salvatti (SC), que propôs fazer em bloco as indicações envolvendo todos os partidos aliados. ?Eu não acredito nessa CPI só do Senado. Vai ser a mesma coisa da outra CPI: o governo vai continuar tratorando a oposição?, observou o senador Jefferson Péres (PDT-AM).
Integrada por 11 senadores, a nova CPI terá a participação majoritária da base aliada. O DEM e o PSDB juntos terão apenas três vagas. O DEM já indicou dois representantes para a CPI exclusiva: Efraim Morais (PB) e Demóstenes Torres (GO). O PSDB não escolheu seu representante, que poderá ser Marconi Perillo (GO) ou Álvaro Dias (PR).
Esvaziada pela oposição, a CPI mista vai centrar seus esforços em investigar integrantes do governo de Fernando Henrique Cardoso. Na semana que vem, pretendem votar requerimento solicitando a convocação do deputado Raul Jungmann (PPS-PE). ?Não vamos sair desta CPI. A orientação é continuar aqui de pé?, disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP). ?A CPI só do Senado é desnecessária porque tem o mesmo objeto de investigação da mista".