O Planalto espera que as novas suspeitas envolvendo o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) desviem o foco da crise que atinge o presidente do Senado, Renan Calheiros. Embora não esteja interferindo diretamente na operação para salvar Renan como o aliado alagoano gostaria, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não quer que ele seja defenestrado e muito menos vê um substituto com perfil ideal para o posto. Está preocupado, ainda com o impacto da crise nas votações de interesse do governo no Senado.
É nesse contexto que o surgimento das denúncias contra Roriz – antigo desafeto do PT – vem sendo avaliado como ?conveniente? pelo Planalto. Ex-governador do Distrito Federal, Roriz é suspeito de ter negociado partilha de R$ 2,2 milhões com o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB) Tarcísio Franklin de Moura – um dos 19 presos na Operação Aquarela, da Polícia Civil.
Em conversas reservadas, auxiliares de Lula dizem que não há provas contundentes contra Renan. Mas consideram fortes os indícios contra o ex-governador do Distrito Federal.
Agora, o governo torce para que a turbulência na direção do ex-governador abafe a crise envolvendo Renan. Lula só espera que o caso esfrie para anunciar o novo ministro das Minas e Energia, Márcio Zimmermann, e cargos cobiçados em Furnas, Petrobrás, BR Distribuidora, Eletrobrás, Eletronorte, Eletrosul e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Em reunião com os ministros da coordenação política, Lula pediu informações sobre a situação de Renan. Recebeu relatos de que ele considera não estar tendo a chance de se defender como gostaria. Lula espera não ser necessário que Renan renuncie ao comando da Casa.