O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse nesta terça-feira, 7, que o Planalto “tem consciência” da responsabilidade, inclusive humanitária, e avisou que o País vai “manter a fronteira aberta” com a Venezuela.
Após declarar que o governo federal está tomando diversas atitudes para “minimizar a questão”, Marun reconheceu que existe um sério problema em Roraima, mas avisou que o governo federal não vai optar pela “maneira mais fácil” de reduzir os impactos da entrada de venezuelanos no norte do País, que seria o fechamento da fronteira.
“Não vamos optar por aquilo que parece mais fácil, que seria impedir que refugiados entrassem no Pais. O País não tem essa tradição de não acolhimento. Não tomaremos essa medida (de fechar fronteira)”, reiterou o ministro.
O governo federal tem recebido uma série de críticas do governo local por conta do caos que se instalou no estado, após a chegada dos venezuelanos. O governo de Roraima está acusando o MDB, leia-se senador Romero Jucá, líder do governo no Senado, que é oposição ao governo local, de estar apostando no caos do estado para favorecê-lo politicamente e ao seu grupo, nas próximas eleições.
O Planalto tenta rechaçar esta hipótese alegando que “o governo federal não se pauta pela questão local” para tomar medidas e diz ainda que está agindo de diversas maneiras, em várias frentes, para ajudar o estado e o governo de Roraima, seja com apoio na área de saúde, na construção de abrigos e transferências de venezuelanos, para tentar minimizar o impacto da chegada dos imigrantes.
Para evitar mais polêmicas, o Planalto está evitando comentar as afirmações do chefe da Casa Civil do Governo de Roraima, Frederico Linhares. Nesta terça-feira, Linhares declarou que a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) revogando a liminar do juiz federal Helder Girão Barreto que autorizou o fechamento da fronteira, é um desserviço à população.
Linhares acrescentou que a decisão do TRF-1 provoca insegurança jurídica na população e acusou de existirem interesses políticos em se manter a fronteira aberta. “Essa decisão que revoga parcialmente a decisão do doutor Helder revela a politização que se tem feito em cima de uma questão que é muito séria, muito grave para Roraima, que é essa questão migratória. Infelizmente, ela está sendo usada politicamente por forças opositoras no Estado vindas do MDB, que hoje comanda o País. Essas forças políticas têm atrapalhado extremamente o estado de Roraima na nossa luta por garantias de direitos tanto para os imigrantes quanto para os brasileiros”, declarou Frederico Linhares.