Cada dia mais pressionado por sua base de sustentação no Congresso, o governo Lula decidiu adoçar a boca da oposição e também dos aliados: vai começar a distribuir cargos nos Estados e a liberar emendas parlamentares individuais, nos próximos dias até atingir a cifra de R$ 3 bilhões. Tudo para conquistar deputados e senadores e impedir que a revolta por causa do atraso nas nomeações leve o Congresso a vetar, na volta do recesso, a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e a Desvinculação das Receitas Orçamentárias da União (DRU).

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?Os parlamentares têm razão de reclamar?, disse o ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, em tom diplomático. ?A partir de agora, todo mês vamos empenhar R$ 500 milhões até chegarmos ao valor das emendas individuais ao Orçamento?, completou ele, numa referência ao total de R$ 3 bilhões.

Mares Guia disse que a liberação da verba ?poderia estar mais acelerada, mas esbarrou na burocracia?. Negou, porém, que a prática impulsione a política do ?toma-lá-dá-cá? e o fisiologismo. ?Vamos empenhar as emendas respeitando o programa dos ministérios e todos serão contemplados, inclusive a oposição?, destacou.

O ministro disse ser favorável a essa prática porque, no seu diagnóstico, deputados e senadores têm capacidade de identificar como as políticas públicas podem atingir lugares distantes, onde ?o governo não chega?. Além do pagamento de emendas, a próxima semana reserva nomeações nas seções estaduais da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e em postos sob a alçada dos Ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e de Cidades, como diretorias regionais do Incra, da Embrapa e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

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