O gerente de Padrões de Avaliação de Aeronaves da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), comandante Gilberto Schittini, afirmou hoje que a pista principal do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, "continua sendo uma armadilha". Ele disse que pousos e decolagens seriam mais seguros se estivessem em vigor as normas da Instrução Suplementar (IS) RBHA 121-189, emitida em 31 de janeiro e mais tarde definida como mero "estudo interno" pela ex-diretora da agência Denise Abreu. O documento teria sido usado para convencer a Justiça a liberar a pista de Congonhas.

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Com a ressalva de que "não há motivo para alarme", o comandante disse que o principal problema da pista principal de Congonhas, mesmo depois da reforma concluída em 29 de junho, é não ter uma área de segurança (escape), que permita a parada de um avião em caso, por exemplo, da interrupção de emergência de uma decolagem. "Se tiver abortivo de decolagem em alta velocidade, o avião termina fora da pista. A pista de Congonhas é pequena, é um porta-aviões", definiu o comandante.

Responsável técnico pela elaboração da IS, Schittini afirmou que as normas proíbem, sim, o pouso de aviões com reverso travado, quando a pista estiver molhada. Em depoimento na CPI do Apagão Aéreo da Câmara, na quinta-feira, Denise insistiu que a IS autorizava os vôos um reverso inoperante.

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