O motor do Cessna C-98 Caravan que caiu na quinta-feira no Amazonas, matando 2 dos 11 ocupantes, foi desligado propositalmente pelo piloto, o primeiro-tenente Carlos Wagner Ottone Veiga, minutos antes do pouso forçado no Rio Ituí. “Houve uma perda de potência e a temperatura do motor subiu muito rápido. Não tinha como manter a altitude de 9 mil pés. Por isso, depois de decidido pela tripulação que iríamos fazer um pouso forçado num igarapé, o motor foi desligado, para o avião descer planando com o mínimo de impacto”, explicou o piloto, ontem. O toque com a água teria ocorrido com o avião a 160 quilômetros por hora.
A tripulação frisou que a inexistência de pânico a bordo foi a maior razão para que os 11 chegassem com vida ao Rio Ituí. “Lamentamos as duas perdas e o que ouvimos de relato dos próprios passageiros é que o funcionário da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) que faleceu (João de Abreu Filho, de 33 anos) foi o único a ter desobedecido a instrução de sair pela porta traseira”, destacou Veiga.
O corpo do suboficial Marcelo dos Santos Dias, que ajudou a retirar as pessoas, após o pouso forçado, foi enterrado às 17 horas de ontem no Cemitério Jardim Saudade, em Mesquita, na Baixada Fluminense, com honras militares. A mulher e a filha mais velha, de 12 anos, acompanharam tudo, muito emocionadas. “Tenho certeza de que ele salvou dez vidas (nove adultos, sendo uma grávida) com muito amor”, disse a irmã, Rosilene Dias Borges. Já o funcionário João de Abreu Filho seria sepultado ontem em Benjamin Constant (AM).