Rio – A atualização das medidas das quatro mais altas montanhas brasileiras revelou novidades que exigem mudanças nos livros de Geografia. Elas mostraram que o Pico da Neblina, no Amazonas, o maior do País, não tem 3.014,1 metros, como se pensava, mas 2.993,78 metros. O segundo mais alto, o Pico 31 de Março, também localizado no Amazonas (ambos no município de São Gabriel de Cachoeira), teve sua altitude corrigida de 2.992,4 para 2.972,66 metros.
O levantamento mostrou ainda que o terceiro ponto culminante brasileiro não é o Pico das Agulhas Negras, em Itatiaia, no Rio de Janeiro (que tem 2.791,55 metros, quando a medição anterior era de 2.787), e sim o Pico da Pedra da Mina, no município de Passa Quatro, Minas Gerais (2.798,39 metros, contra os antigos 2.770). Os dois ficam na região da Serra da Mantiqueira. Os dados revisados estão no Anuário Estatístico Brasileiro.
As novas medições foram feitas pela Coordenação de Geodésia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o emprego da tecnologia GPS, que permite o posicionamento de objetos via satélite. Órgão responsável pelo levantamento cartográfico no Brasil, o IBGE faz o estudo junto com o Instituto Militar de Engenharia (IME).
Os próximos a serem medidos, ainda este ano, serão os Picos da Bandeira e do Cristal, os dois na divisa entre os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo. As altitudes atribuídas a eles atualmente são de 2.889,8 e 2.780 metros, respectivamente.
Alguns números estavam defasados há muito tempo. A última avaliação do Pico da Neblina, por exemplo, tinha sido feita na década de 60, pela Primeira Comissão Demarcadora de Limites. À época, o instrumento utilizado para este fim era o barômetro, que mensurava a pressão atmosférica. A correção das medidas é importante para atualizar as cartas aeronáuticas e prevenir acidentes aéreos, de acordo com o IBGE.
O instituto pretendia reavaliar as altitudes dos pontos culminantes desde 2000, mas faltavam recursos. O projeto só pôde ser implementado quando o IME firmou a parceria.