São Paulo – Os muros e os portões da casa dos Richthofen, no Campo Belo, zona sul de São Paulo, amanheceram pichados nesta sexta-feira com palavras de ofensa à filha do casal Marísia e Manfred, Suzane, acusada de participar do assassinato dos pais.

No dia da reconstituição do crime, ela chegou a ser agredida por pessoas que se aglomeravam na frente da casa. Os dois fatos, entretanto, devem ser analisados separadamente, na opinião do psiquiatra infantil Haim Grunspum.

“Essa pichação foi feita por gangues que querem chamar a atenção. Já a manifestação popular é comum num caso como esse”, explica. Ele acrescenta que é necessário evitar a confusão entre julgamento e manifestação. “A condenação tem de ser feita pelo Poder Judiciário.”

Grunspum mostra-se preocupado ainda com a superexposição de Andreas, o filho mais novo do casal. “Ele já é uma vítima, e não sabemos como isso vai desaparecer. É necessário que ele consiga fazer uma aliança verdadeira com um terapeuta, que é o único que guardará os segredos dele.”

O psicólogo Jacob Pinheiro Goldberg chama a atenção para outro fato: Andreas ainda não teve o tempo para absorver e analisar os sentimentos comuns num caso como esse. Ele também aponta a superexposição do adolescente como um fator preocupante. “Isso me parece danoso”, diz Goldberg, autor do livro Psicologia da Agressividade.

Para ele, é necessário preservá-lo. “Há correntes no Direito Penal que admitem, por exemplo, que o sobrenome seja trocado para preservar o envolvido em casos como esse”, diz.

Já o psicanalista Bernardo Tanis sugere um debate mais genérico. “A conduta mais correta seria falar sobre o tema, não sobre as pessoas.” Acompanhe toda a história nos links abaixo.

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