Brasília
– O PFL decidiu recomendar aos diretórios e a seus membros o voto no candidato José Serra (PSDB). A decisão saiu durante reunião da Executiva do partido na manhã de ontem. Outros partidos que também estão se alinhando com Serra são o PPB e o PTB. A guinada do PFL aconteceu por proposta do vice-presidente Marco Maciel e fica meio capenga porque o presidente do partido, Jorge Bornhausen, disse que vão ser respeitadas “peculiaridades de alguns Estados”. Maciel será o coordenador do apoio a Serra. “O apoio põe o partido no caminho certo”, afirmou o vice-presidente, acrescentando que o programa do tucano é parecido com o do PFL.Ele não quis fazer um balanço sobre o número de membros que apoiará Serra. O partido preferiu recomendar o voto – e não determinar -para conseguir retomar a unidade do partido, que não apoiou oficialmente nenhum candidato no primeiro turno. O PFL tem adversários do tucano em seus quadros, como os senadores eleitos Antonio Carlos Magalhães (BA) e Roseana Sarney (MA). Mas de Minas Gerais também veio uma surpresa: o vice-governador eleito, Clésio Andrade (PFL), declarou ontem que vai apoiar Lula. O fato surpreende porque Clésio está na mesma chapa de Aécio Neves, que é do PSDB, mesmo partido de Serra. Ontem também foi dia do PMDB tentar neutralizar setores que foram desde o princípio arredios a candidatura Serra. O presidente nacional do partido, Michel Temer, afirmou que representantes estaduais do partido serão convocados a trabalhar para Serra. Após reunião entre lideranças na residência de Temer, ficou definido que o partido tentará “neutralizar” a oposição de determinados Estados, como São Paulo e Goiás, à candidatura tucana. Temer afirmou que a tentativa de atenuar as forças contrárias à candidatura de Serra será facilitada devido ao encerramento das campanhas regionais nesses Estados. Ele citou como um dos casos, o apóio de Orestes Quércia à candidatura de Lula. De acordo com Temer, Quércia teria deixado claro ao partido que iria votar em Lula no 2.º turno, mas não faria nenhum “movimento pró-Lula”.
Em oito Estados, no entanto, Temer admite que seu apoio pode não ser declarado. Os principais exemplos são: Santa Catarina, em que há disputa pelo governo do Estado entre PMDB e PPB, e Paraíba, onde disputam o governo estadual, PSDB e PMDB. Temer, disse que o partido vai defender, junto com o PSDB, a realização de três debates na televisão para que o eleitor possa conhecer as propostas do candidato José Serra. Segundo ele, o comando da campanha eleitoral de José Serra, neste segundo turno será integrado por ele, pelo ex-ministro Francisco Dornelles, do PPB, pelo vice-presidente da República, Marco Maciel, do PFL, pelo governador reeleito de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB) e pelo presidente do PSDB, José Aníbal.