Rio
– O PFL poderá recuar da proposta de 240 reais para o salário mínimo em 2003, se o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), procurar o partido com o objetivo de provar que é impossível chegar a esse valor, afirmou hoje o deputado Roberto Brant (PFL-MG), apontado como possível líder da legenda no próximo ano. A posição contraria a decisão da executiva da sigla, na semana passada, de fechar questão em torno da cifra – faltam recursos na proposta de Orçamento para o reajuste. Brant disse que a futura oposição não deixará de apoiar medidas do novo governo que se coadunem com a agenda da agremiação.“Se o presidente eleito nos procurar para uma conversa de responsabilidade, estamos dispostos a ouvir e conversar”, disse ele, que participou hoje do Seminário Perspectivas Políticas, Econômicas e Sociais do Governo Lula, promovido pelo Rio Human Rights e Fundação Friedrich Naumann. “Não vamos fazer um desastre fiscal. Não com a nossa mão. Se quiserem fazer 211 reais, tem conversa.” Brant disse que a mudança do PFL poderá ocorrer, se Lula demonstrar que os recursos seriam deslocados do mínimo para ampliar programas sociais, como o Bolsa-Escola e a merenda escolar, pois não há dinheiro para tudo.
O deputado do PFL de Minas Gerais reconheceu que muitos pefelistas não desistem dos 240 reais e que não é “voz dominante” na legenda, mas lembrou que o PT ainda não anunciou a posição quanto ao mínimo. Brant defendeu ainda a postura do PFL de exigir uma importância maior. “Quem devia dar a palavra final (o futuro governo) não deu”, afirmou. “Não seria natural que os partidos de oposição fossem assumir o papel dos responsáveis, com o PT demonstrando, claramente, estar reticente.”
O deputado do PFL prometeu responsabilidade. “Não vamos fazer oposição destrutiva, como a que o PT fez a Fernando Henrique Cardoso.”