São Paulo (AG) – O presidente nacional do PFL, Jorge Bornhausen, afirmou que PFL e PSDB devem caminhar unidos nas próximas eleições presidenciais. Para ele, o presidente Luíz Inácio Lula da Silva ainda é um forte candidato, mas não é imbatível em 2006. “No caso do PSDB e PFL não terem um acordo no 1.º turno de 2006, eles certamente estarão juntos, unidos no 2.º turno”, disse.
Segundo Bornhausen, as últimas eleições municipais serviram para restringir o páreo de candidatos. Entre os possíveis nomes para disputar a eleição presidencial em 2006, ele citou o governador Geraldo Alckmin de São Paulo, que considera vitorioso nas últimas eleições; o governador de Minas Gerais Aécio Neves; o senador Tasso Jereissati e também o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, todos do PSDB. Entre os prováveis candidatos do PFL, ele cita César Maia, prefeito reeleito do Rio de Janeiro.
Bornhausen diz que a disputa presidencial não deve ocorrer ao redor de um novo nome apenas, mas principalmente diante de uma política econômica de crescimento e geração de emprego. Ele criticou fortemente o governo Lula e afirmou que o presidente não sinaliza as reduções dos cortes dos gastos públicos. “A primeira medida do governo foi a criação de 15 ministérios, atendendo muito mais aos interesses individuais, dos companheiros que perderam a eleição, do que o interesse nacional”, finalizou.
Críticas
PFL e PSDB abriram fogo ontem diretamente contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antecipando o tom do debate eleitoral para as eleições de 2006, que começou a ocorrer depois do resultado das eleições municipais. As críticas feitas pelo presidente do BNDES, Carlos Lessa, ao presidente do Banco Central foram usadas pela oposição para atacar o presidente Lula, acusado de não conseguir conter a “insubordinação” dentro do governo.
“O exercício da autoridade não faz parte da concepção de líder sindical, que tenta compor e agradar a todos. Mas essa incoerência interna acaba tendo reflexo sobre a sociedade”, afirmou Bornhausen.
Até mesmo o deputado petista Paulo Bernardo (PT-PR) fez coro com a oposição. Num seminário realizado em São Paulo pela Apimec, que reúne analistas do mercado de capitais e profissionais de investimento, a oposição defendeu que a atitude de Lessa mereceria retaliação imediata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não tem “autoridade”.
O deputado tucano Alberto Goldman (PSDB-SP) chegou a dizer que Lula “não tem condições de governar”. “O presidente não tem demonstrado aptidão para o exercício da autoridade. A insubordinação ocorre desde o primeiro mês de mandato, contra o ministro Furlan (Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).
Para o deputado tucano Alberto Goldman, o presidente teria que demitir alguém neste episódio: “Não temos presidente da República, porque ele governa com seu carisma e história. Sei que é uma pessoa bem intencionada, mas não demonstrou condições de governar, pois acerta com todo mundo, quer deixar todo mundo feliz, e não pode ser assim”, disse o tucano.