PF vai investigar morte do sertanista Meireles

Rio – A Polícia Federal vai investigar a morte do sertanista Apoena Meireles, 55 anos, ocorrida durante um assalto em uma agência bancária de Porto Velho, no sábado. Há suspeita de que o latrocínio oculte uma manobra de criminosos envolvidos no contrabando de diamantes na reserva indígena Roosevelt, em Rondônia. Meireles era coordenador da operação Roosevelt, que pretendia encontrar os responsáveis pela chacina que matou 29 garimpeiros no início deste ano na reserva dos índios cintas-largas.

O corpo de Apoena Meireles será enterrado hoje, às 10h, no Cemitério do Caju, zona norte do Rio de Janeiro. O enterro foi adiado porque a filha, que mora na Suíça, chegaria ontem à noite no Rio. O velório do sertanista aconteceu desde o início da manhã de ontem na sede da Funai (Fundação Nacional do Índio), na entrequadra 702 Sul, em Brasília. De acordo com o assessor da Funai, Vitorino Nascimento, que permaneceu em Porto Velho acompanhando o trabalho da polícia, não é possível tirar conclusões sobre a morte do sertanista antes do final das investigações.

Ele ressaltou que a linha que está sendo seguida é a de latrocínio (roubo seguido de morte), mas lembrou, também, que Meireles pode ter sido alvo de criminosos uma vez que estava trabalhando como coordenador da operação Roosevelt, que pretendia encontrar os responsáveis pela chacina que matou 29 garimpeiros no início do ano na reserva dos índios cintas-largas. “Não posso chegar a essa conclusão, porque a linha de investigação é de latrocínio, mas ele era o coordenador da operação Roosevelt e trabalhava para prender o pessoal que está no contrabando de diamantes”, disse. Nascimento explicou que a operação foi montada para garantir a integridade dos índios e proibir a entrada de garimpeiros dentro da reserva, enquanto estava em curso o trabalho de apuração da Polícia Federal e da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para descobrir os autores da chacina.

O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, disse que o ministro Márcio Thomaz Bastos determinou à Polícia Federal que acompanhe as investigações que estão sendo feitas pela Polícia Civil de Rondônia em torno do assassinato do sertanista Apoena Meirelles, ocorrido sábado à noite, em Cacoal (RO). O secretário-executivo lembrou que Apoena estava fazendo um trabalho com os índios cintas-largar numa região de garimpo fechada pelo governo, na Reserva Roosevelt. Ele reconheceu que o fechamento do garimpo contrariou interesses.

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