A Polícia Federal pretende expandir o modelo de cooperação internacional de combate ao tráfico de armas que mantém com os Estados Unidos para países da fronteira brasileira, como Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai.

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Atualmente, a PF é mais efetiva no rastreamento de armas que vêm dos Estados Unidos do que nos casos que envolvem armamento proveniente de países da região. Isso porque os americanos, por meio da ATF – agência de controle de armas, tabaco e álcool -, atuam de forma conjunta com os brasileiros e iniciam investigações em seu território com base de apreensões feitas no Brasil.

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“Mantemos reuniões permanentes com o Paraguai, para fazer um diagnóstico e tentar coibir entrada de armas curtas. Com os Estados Unidos, por meio da ATF, organismo americano que cuida da questão de armas, estamos em permanente contato para trocar de informações e treinamentos para nossos policiais”, afirmou o delegado Eugênio Coutinho Ricas, diretor de Combate ao Crime Organizado da PF.

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Rastreamento

A afirmação de Ricas se dá após o jornal O Estado de S. Paulo na terça-feira, 9, um diagnóstico sobre o tráfico de armas no Brasil produzido pela PF. O documento mostra que a maior parte das pistolas e revólveres que vai parar nas mãos de facções criminosas, principalmente do Sudeste, vem do Paraguai. Os rifles e fuzis, por sua vez, têm origem nos Estados Unidos. Bolívia, Argentina e Uruguai vêm em seguida na lista dos principais fornecedores.

O mapeamento foi possível após o rastreamento inédito de 9.879 armas apreendidas pela PF. O tráfico de armamento ocorre para abastecer o crime organizado e sai sobretudo da Tríplice Fronteira – 99% das unidades entram no País por fronteira terrestre.

“A importância do rastreamento em uma investigação não se resume só ao conhecimento da origem e cadeia dominial da arma, já que, com as informações que vão sendo obtidas, é possível descobrir as pessoas e organizações criminosas voltadas ao tráfico ilícito e seu modus operandi, além das rotas, meios e formas utilizados para a prática do delito, permitindo assim a execução de um trabalho policial mais aprofundado”, aponta o relatório produzido pela Divisão de Repressão a Crimes contra o Patrimônio e ao Tráfico de Armas da PF.