A Polícia Federal prendeu dois despachantes aduaneiros nesta quinta-feira, 19, em Santos, durante a Operação Sangue Impuro, deflagrada para combater fraude na importação de cavalos de raça usados para a prática de hipismo. Um mandado de prisão expedido contra um cavaleiro profissional não foi cumprido, pois ele está fora do País.

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As investigações começaram em 2012. A Alfândega do Aeroporto de Viracopos, em Campinas, no interior do São Paulo, detectou subfaturamento na importação dos animais. Inicialmente, a Receita estimava em R$ 106 milhões o valor sonegado ao Tesouro. Mas o inspetor-chefe da Alfândega de Viracopos, Antonio Leal, destacou que esse montante chega a R$ 160 milhões – dinheiro que deixou de ser recolhido em impostos.

“Os auditores chegaram a se inscrever em sites de leilões nos EUA, para saber como se valora o animal, e também na Bélgica, para fazer pesquisa de cavalos de célula belga, saber como valorar e também buscar imagens de competições internacionais. Nós vimos que alguns cavalos que tinham participado de competições importantes, montadas por cavaleiros de renome, tinham passado (pelo Aeroporto) por valores irrisórios”, afirmou.

De acordo com o Fisco, o mercado de equinos envolve empresas e pessoas físicas de grande poder econômico – alguns animais eram destinados a competições. Pelo menos seis cavalos de raça foram apreendidos.

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A delegada de Polícia Federal Estela Beraquet afirmou que os animais entravam no Brasil por Viracopos, procedentes, principalmente, da Bélgica. “Houve importação utilizando a entrada pela Argentina em virtude da ausência de exigência de tributos. Muitos cavalos eram belgas e entraram pela Argentina, deixando de ser recolhido o devido imposto. Houve omissão em relação a real origem dos cavalos. Um cavalo foi inserido no Brasil pelo valor de US$ 30 mil e valeria na verdade US$ 500 mil”, disse. “Alguns desses cavalos podem ter sido utilizados para diferentes competições profissionais.”

A Operação Sangue Impuro se espalhou por 16 cidades dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas, Minas, Paraná e Rio Grande do Sul.

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