A Polícia Federal prendeu na manhã de hoje, em Belém, o reitor do IFPA (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, antigo Cefet) e outros três diretores do órgão sob a acusação de comandarem um suposto esquema de desvio de recursos destinados a bolsas de estudos.
O reitor Edson Ary de Oliveira Fontes é considerado “cabeça” do esquema, de acordo com a CGU (Controladoria-Geral da União), responsável por dar início às investigações.
O órgão analisou documentos de 2009 até este ano e constatou o desvio de R$ 5,5 milhões, que deveriam ter sido usados para bancar bolsa de estudos de estudantes e professores da instituição.
“Os recursos eram desviados em benefício próprio, como para a aquisição de imóveis, veículos e até pagamento de cirurgia plástica”, afirmou Marcelo Borges, chefe da CGU no Pará.
A prisão, feita em caráter preventivo, foi pedida pelo MPF (Ministério Público Federal) no Pará, em denúncia feita à Justiça Federal no último dia 15 que os acusa de peculato (desvio de recursos públicos), dispensa indevida de licitação e formação de quadrilha.
A Procuradoria defende a prisão preventiva argumentando que, em liberdade, eles poderiam pressionar os servidores do instituto e atrapalhar o andamento do processo na Justiça.
Além dos quatro que tiveram o pedido de prisão preventiva, a denúncia inclui outras nove pessoas que também teriam participação no esquema.
A polícia também cumpriu mandados de busca e apreensão para obter documentos que servirão a novas investigações.
O advogado do reitor, Osvaldo Serrão, afirmou que entrará com pedido de habeas corpus e que ainda não teve acesso ao mérito das acusações. Ele diz que a prisão preventiva é injustificada porque a investigação já foi concluída.