A Polícia Federal em Uberlândia (MG) prendeu hoje oito pessoas, entre elas um médico da rede municipal de saúde, suspeitas de participação em um esquema criminoso envolvendo atestados médicos falsos e irregulares no sistema penitenciário do Estado. De acordo com a PF, os detentos do sistema prisional usavam atestados médicos falsos para levar ao erro autoridades judiciais e penitenciarias, simulando moléstias graves com objetivo de obter benefícios judiciais.
Durante a operação Filho Pródigo, foram presos também sete detentos que estavam foragidos ou haviam sido beneficiados com o abrandamento da execução penal, como o regime semiaberto e a prisão domiciliar. Os nomes dos presos não foram divulgados. A PF apurou que atestados emitidos estavam baseados em laudos de exames falsificados. Em outros casos, os atestados eram emitidos para os detentos sem os devidos exames.
As investigações duraram apenas 20 dias. De acordo com o delegado Daniel Ladeira, a operação “prestigiou a celeridade” em “detrimento da profundidade das investigações”. “Para que fosse estancada a sangria”, explicou. “Não podíamos dar ao luxo de deixar nenhum caso mais acontecer, porque não eram ladrões quaisquer que estavam sendo soltos. Eram realmente pessoas muito perigosas, envolvidas com sequestro, tráfico de drogas e tentativa de homicídio contra policial”.
Conforme a PF, na ação policial foi recapturado um foragido, autuado em flagrante pelo crime de receptação. Com ele foi encontrado um veículo roubado. A PF informou também que em razão da complexidade do esquema, as investigações continuam para apuração de outros envolvidos.
Durante operação foram cumpridos também seis mandados de busca e apreensão. Os presos foram encaminhados para as penitenciarias João Pimenta da Veiga e Professor Jacy, ambas na região do Triângulo Mineiro.