PF prende, em Ribeirão Preto, dois delegados da PF

São Paulo – Oito pessoas, incluindo dois delegados e um agente da Polícia Federal, foram presas durante uma operação iniciada na manhã de ontem, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. A ação, executada pela própria PF com agentes e delegados de outros estados, faz parte de uma investigação de adulteração de combustível e roubo de carga. No total, 150 agentes de seis estados participaram da blitz na cidade.

Segundo o delegado da PF de Minas Gerais, Ricardo Amaro Oliveira, a investigação sobre a atuação da quadrilha que roubava carga e adulterava combustíveis começou há dois anos. Ele afirmou que, durante a apuração do caso, agentes descobriram a participação dos policiais nos crimes. Os delegados José Bocamino e Wilson Perpétuo e o agente Luiz Cláudio Santana seriam, de acordo com Oliveira, coniventes com os crimes. Além do cumprimento de oito mandados de prisão, foram cumpridos também 30 mandados de busca e apreensão.

Os delegados e o agente detidos seriam transferidos para a carceragem da Superintendência da Polícia Federal de Brasília, ainda ontem. Um empresário da região também estaria envolvido no esquema, mas o nome do suspeito não foi divulgado. Os dois delegados presos já tinham sido investigados por suspeita de envolvimento na extração ilegal de diamantes em uma reserva indígena em Rondônia. A denúncia foi feita pela revista Época em novembro do ano passado. Os delegados teriam sido flagrados em gravações telefônicas falando sobre a profissionalização do contrabando de diamantes.

A reportagem também revelou que os delegados estariam planejando montar uma lapidaria na região de Ribeirão Preto, para depois contrabandear as pedras para a Europa. Na ocasião, os delegados Bocamino e Perpétuo negaram o envolvimento com as denúncias e pediram uma apuração rigorosa dos fatos.

O roubo de cargas nas estradas é mais um dos males do Brasil, que coleciona recordes negativos. Somente em 2002, estima-se que o prejuízo causado pelo roubo de cargas chegou a R$ 575 milhões. O grande volume das ocorrências e do prejuízo está concentrado na região Sudeste, 83% do total.

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