Cuiabá
– A Polícia Federal que atua em Mato Grosso cercou ontem a casa do empresário João Arcanjo Ribeiro, em Cuiabá, acusado de ser o chefe do crime organizado no Estado. As atividades de João Arcanjo envolvem o jogo do bicho e caça níqueis. Atendendo pedido dos Ministérios Públicos Federal e Estadual, o juiz Federal Julier Sebastião da Silva decretou o pedido de prisão do empresário.O advogado de João Arcanjo, Henrique Vieira, garantiu que seu cliente não se encontrava na residência, no bairro Boa Esperança. De acordo com Henrique, Arcanjo estaria viajando. O advogando acompanhou a operação policial. A Polícia Federal apreendeu várias caixas com documentos e 14 computadores na Credi-Fac, uma das empresas de João Arcanjo. Também foram apreendidos outros materiais na empresa Colibri. O Promotor Flávio Fachone não quis comentar sobre as apreensões na sede da Credi-Fac. No último domingo, o “Fantástico”, da Rede Globo, veiculou denúncias de que João Arcanjo seria o líder do crime organizado no Estado. Uma suposta testemunha afirmou na matéria que o empresário é o mandante do assassinato do proprietário do jornal Folha do Estado, Sávio Brandão, ocorrida dia 30 de setembro. A operação desenvolvida pela Polícia Federal é coordenada pelo delegado federal Manoel Henrique de Oliveira, de Brasília. Ao todo, 20 mandados de busca e apreensão e oito pedidos de prisão temporária envolvendo pessoas supostamente ligadas ao crime organizado em Mato Grosso foram expedidos.
Na operação, foi preso o coronel da PM Frederico Lepesteur, em sua residência, no bairro Araés, onde foram apreendidas várias armas. Joaquim Ramalho, também coronel da PM, foi detido. Os policiais federais também prenderam o tenente coronel reformado Gonçalo de Oliveira Costa. Em frente à casa de Arcanjo Ribeiro, a repórter Daniela Melhorança, da TV Cidade, foi atropelada durante a cobertura da tentativa de prisão, mas passa bem.