Goiânia (AE) – A Operação Replicante, da Polícia Federal em Goiás, prendeu ontem uma quadrilha formada por hackers que criavam softwares para roubar senhas e invadir dados pessoais e as contas bancárias de clientes de diversos bancos por meio da internet. Com as senhas, a criação de cartões magnéticos e uma rede de ?laranjas?, a quadrilha desviou o dinheiro de correntistas e roubou, em média, R$ 6 mil por semana nos últimos oito meses. Mas segundo a PF, um grupo de clientes perdeu o equivalente a R$ 32 milhões.
No total, os 300 agentes da PF prenderam ontem, até as 17h, 58 pessoas entre os estados de Goiás (Goiânia e Aparecida de Goiânia), Tocantins, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e no Distrito Federal. As prisões foram determinadas pelo juiz da 11.ª Vara da Justiça Federal, em Goiás. ?Não houve violação do sistema bancário?, garantiu o superintendente da PF, Manuel Trajano Rodrigues Dualibe, ao explicar que os hackers não fraudavam o banco, mas os clientes, uma vez que os programadores criam softwares para roubar correntistas.
A polícia também apreendeu 15 computadores e diversos equipamentos de informática durante buscas, apreensões e prisões em residências e empresas de informática. Um notebook foi recuperado pela PF no Setor Bueno, elegante bairro de Goiânia, após ser lançado do alto de um prédio para dentro de uma piscina.
A PF também apreendeu 15 carros, um jet-ski e dinheiro que estavam em poder da quadrilha cujos integrantes, em Goiás, têm a média de 20 anos de idade. A surpresa da operação ficou por conta da prisão de um policial civil, Anderson Luiz Gonçalves Santana, e dois militares: o cabo/PM Gilberto Veiga de Mello e o soldado PM Allan Kardec Franco. Segundo a PF, os policiais descobriram parte das atividades ilícitas, mas, em vez de dar voz de prisão aos hackers, passaram a extorqui-los.