Quatro empresários de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce mineiro, foram presos na manhã de hoje acusados de fazer operações clandestinas de câmbio, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Eles foram detidos durante a Operação Raio X da Polícia Federal (PF), que ainda apreendeu dinheiro, veículos, documentos e computadores em nove endereços da cidade. Segundo as investigações, o grupo usava “empresas laranjas” que, juntas, causaram prejuízo de aproximadamente R$ 50 milhões aos cofres públicos.

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De acordo com a Polícia Federal, os acusados operam como doleiros do município, localizado numa região conhecida por ser origem de grande número de emigrantes ilegais, principalmente para Estados Unidos e Europa. As operações de câmbio eram feitas sem autorização do Banco Central (BC). Os emigrantes chegam a pagar US$ 14 mil para quadrilhas especializadas em providenciar a documentação e fazer as travessias clandestinas.

As investigações da PF, coordenadas pelo delegado Andrei Borges, revelaram que o grupo usava empresas de fachada dos ramos de informática, de pedras preciosas e de turismo para cometer os crimes. Ainda segundo a PF, os nomes dos estabelecimentos eram usados para disfarçar casas clandestinas de câmbio e para ocultar a origem do dinheiro, além da remessa de recursos para o exterior.

Os crimes começaram a ser apurados ainda em 2007, a partir de relatórios elaborados pela Receita Federal. O Fisco detectou movimentações financeiras “atípicas” por parte dos acusados. Na manhã de hoje, agentes da PF executaram quatro mandados de prisão contra os suspeitos e nove mandados de busca e apreensão. Os nomes dos acusados e das empresas não foram revelados.

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Ainda segundo a PF, o grupo, que foi encaminhado para a Cadeia Pública de Governador Valadares, vai responder por ocultar ou dissimular a origem de recursos, evasão de divisas e operação de câmbio sem autorização. Somadas, as penas podem chegar a 20 anos de prisão, agravadas pelo fato de os crimes serem cometidos de forma habitual.