Brasília (AE) – A Polícia Federal vai pedir a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico do ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil Waldomiro Diniz para tentar identificar se ele recebeu propina do suposto bicheiro Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira, ou recursos irregulares de outras fontes, inclusive no período em que serviu ao governo federal. Diniz foi flagrado negociando propina com Cachoeira para campanhas eleitorais. As investigações do caso Waldomiro Diniz estavam paralisadas há três meses e foram retomadas ontem pela Polícia Federal porque a Justiça considerou sem consistência a denúncia apresentada pelo Ministério Público. A PF quer saber se o ex-assessor continuou mantendo contatos com o Palácio do Planalto e particularmente, com o Gabinete Civil da Presidência, após ser afastado do cargo, em fevereiro passado, em meio a denúncias de corrupção.
Diniz foi denunciado pelo Ministério Público em 30 de março por improbidade administrativa. Conforme a denúncia, ele teria se utilizado do cargo para intermediar a renovação de contrato entre a Caixa Econômica Federal (CEF) e a multinacional Gtech para operação da rede de loterias. Diniz trabalhou no Planalto de janeiro de 2003 até 13 de fevereiro último, quando foi demitido após a divulgação de uma fita de vídeo em que ele aparece pedindo propina para si e doações de campanha a Carlos Cachoeira.
Em recente acareação entre os dois, Diniz disse, sob juramento, que nunca recebeu o dinheiro e Cachoeira jurou que não pagou. A fita foi gravada em 2002, quando Diniz presidia a Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj), no governo Benedita da Silva.