PF ouve novos acusados na “máfia do sangue”

Brasília – A Polícia Federal (PF) começa a ouvir hoje os representantes das empresas de consultoria e, provavelmente, de laboratórios que fizeram contatos ou participaram de licitações no Ministério da Saúde. O aparecimento de nomes de funcionários deverá fazer com que a PF amplie o foco das apurações também para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Gravações feitas com autorização judicial indicam que o esquema queria pôr funcionários de confiança dentro do órgão. Ontem, o delegado que preside o inquérito, Rafael de Oliveira, tomaria o depoimento do empresário Laerte de Arruda Corrêa Júnior, considerado um dos três maiores suspeitos.

A Polícia Federal deverá concluir amanhã o relatório da primeira fase das investigações sobre a organização acusada de desviar dinheiro da compra de derivados de sangue pelo Ministério da Saúde. A partir das conclusões da PF, o Ministério Público deverá oferecer, ainda esta semana, denúncia contra os integrantes do grupo investigado pela Operação Vampiro. A PF também deverá abrir novos inquéritos para investigar a atuação de integrantes da máfia do sangue em outros setores do governo federal, de três governos estaduais e de algumas prefeituras.

Relação

Na relação preparada pela PF e pelo Ministério Público Federal (MPF), durante a Operação Vampiro, foram listadas 43 firmas, mas somente algumas delas serão alvo da apuração. Investigadores que atuam na Operação Vampiro acreditam que alguns laboratórios podem ter financiado o esquema de propina no Ministério da Saúde, muitas vezes, por intermédio das empresas de consultorias.

Grande parte delas está em nome dos empresários Lourenço Rommel Ponte Peixoto e Jaisler Jabour de Alvarenga, junto com outros acusados, até mesmo de Ellen e Kelly Jabour. A PF rastreia as transações em dinheiro feitas por eles, por meio de empresas de off-shore localizadas no Uruguai. “Se algum representante de firmas no Brasil pagou propina, não é do bolso dele”, afirma um dos investigadores. “As empresas também têm de ser responsabilizadas”.

Anvisa

Mas os depoimentos desta semana serão decisivos para que a PF possa confirmar ou não o envolvimento de funcionários da Anvisa no esquema. Nas conversas gravadas entre fevereiro e março, os investigadores encontraram pelo menos três menções a uma mulher que seria indicada para trabalhar na agência, em local estratégico. Os últimos interrogatórios feitos pela PF comprovariam que havia mesmo esta intenção.

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