A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira, 13, a Operação “Verità Protetta” que mira o atual reitor da Universidade Brasil, Adib Abdouni, por supostas ameaças e intimidações a testemunhas e à delatora da Operação Vagatomia – investigação sobre venda de vagas no curso de Medicina, irregularidades no exame de revalidação de diplomas e fraudes no Fies e no ProUni de até R$ 500 milhões.

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Agentes cumprem três mandados de busca e apreensão na sede da Universidade Brasil na capital paulista e no escritório e residência do atual reitor. As ordens foram expedidas pela 1ª Vara Federal de Jales.

A Justiça afastou Abdouni do cargo na Universidade Brasil e determinou ainda que ele cumpra uma série de medidas cautelares, entre elas a proibição de contato com investigados da Vagatomia.

A representação contra o reitor foi apresentada à Justiça pelo delegado Cristiano Pádua da Silva, que conduz o inquérito da Vagatomia. O chefe da PF em Jales (SP) chegou a pedir a prisão preventiva do atual reitor da Universidade Brasil, mas a medida foi negada.

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Segundo a PF, os pedidos tinham como objetivo “cessar ameaças e intimidações proferidas Addouni a testemunhas e à colaboradora da Vagatomia, bem como em razão do receio externado por pais e alunos em decorrência do comportamento intimidatório do reitor”.

A primeira fase da Vagatomia foi aberta em setembro do ano passado para investigar esquema no curso de Medicina da Universidade Brasil que envolvia venda de vagas, irregularidades nos cursos de complementação do exame Revalida, para revalidação de diploma, além de fraudes de até R$ 500 milhões em bolsas do ProUni e na concessão do Fies. Na ocasião, José Fernando Pinto da Costa, dono da universidade, e seu filho chegaram a ser presos.

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Em outubro, o advogado Adib Abdouni foi nomeado reitor da Universidade pela esposa de José Fernando Pinto da Costa, dono da universidade preso na Vagatomia.

Segundo a PF, “o novo reitor assumiu as funções e deu início a uma série de ofensas e ameaças à colaboradora das investigações, testemunhas e autoridades públicas responsáveis pela apuração dos crimes cometidos pela organização criminosa investigada”.

A corporação informou que o reitor afastado poderá responder pelos crimes de obstrução de investigação de organização criminosa e coação no curso do processo.

A Polícia Federal indicou ainda que o nome da Operação, “Verità Protetta” – “verdade protegida’ em italiano -, faz alusão “à proteção daqueles que colaboram com a Justiça e têm a obrigação de dizer a verdade”.

“As investigações demonstraram que pessoas vinculadas às investigações e à própria instituição de ensino (como por exemplo alunos, testemunhas e colaboradora) foram expostas e intimidadas pelo atual reitor, o que pode influenciar em seus depoimentos e prejudicar a busca pela verdade dos fatos”, disse a PF em nota.

Defesas

A reportagem busca contato com o Adib Abdouni e com a Universidade Brasil. O espaço está aberto para manifestações.