Cerca de 300 policiais federais estão cumprindo hoje, 11 mandados de prisão preventiva, 44 de mandados de condução coercitiva, além de 74 mandados de busca e apreensão com o objetivo de desarticular uma quadrilha que desviava medicamentos e materiais hospitalares de unidades mantidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Pernambuco.
A quadrilha era formada por grupos de pessoas com funções definidas, tais como os captadores, funcionários de hospitais públicos que desvivam medicamentos e outros produtos para os atravessadores. Estes, por sua vez, vendiam para empresas do setor hospitalar e revendedoras, que agregavam valor aos produtos durante a negociação com o consumidor final.
Segundo a PF, os compradores dos medicamentos desviados costumavam “maquiar” tais transações comerciais com a cobertura de notas fiscais falsas. A retirada ilícita de medicamentos das unidades hospitalares e farmácias públicas costumava ocorrer de forma pulverizada, em pequenas quantidades por vez, cuidado que é justificado para não chamar atenção para os pequenos furtos. Outra forma comum de camuflar o crime era a retirada de apenas parte do medicamento, desprovido das embalagens.
Segundo a PF, entre os hospitais afetados pela ação dos criminosos estão Hospital Agamenon Magalhães, Hospital da Restauração, Hospital Oswaldo Cruz, Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape), Hospital Otávio de Freitas, Hospital Getúlio Vargas, Hospital das Cínicas e a Farmácia do Estado de Pernambuco. Entre os diversos tipos de medicamentos desviados dos hospitais, estão remédios adquiridos com recursos do Ministério da Saúde, tais como Lipitor (Atorvastatina), Cipro (Ciprofloxacina), Formocaps (Formoterol), Pulmicort (Budesonida), Rebif e Avonex (Betainterferona).
Os medicamentos apreendidos serão devolvidos aos hospitais. A ação, desencadeada pela Polícia Federal e pelos Ministério Público Federal, com apoio Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), foi denominada Operação Desvio.