A Polícia Federal do Pará, a pedido da Procuradoria da República em Altamira, abriu inquérito nesta quarta-feira (21) para apurar a agressão sofrida pelo engenheiro da Eletrobrás, Paulo Fernando Vieira Souto Rezende, espancado e ferido com um facão no braço na terça-feira (20) por índios caiapós ao término de uma palestra em que defendeu a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no sudoeste do Pará.

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Os índios são contrários à obra e prometem boicotar o empreendimento, tido pelo governo federal como importante para evitar o risco de apagão do setor elétrico no País em 2017. Segundo o assessor de comunicação da PF em Belém, Fernando Sérgio Castro, será solicitado um laudo antropológico nos indígenas para medir o grau de aculturação deles. "Se eles forem aculturados nada impede que sejam indiciados pelo crime", disse Castro.

O engenheiro foi agredido ao final de uma palestra no encontro Xingu Vivo para Sempre, que reuniu ontem três mil pessoas em Altamira (PA), metade delas índios que debatem os impactos na região da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. Rezende havia acabado de fazer uma palestra sobre os detalhes técnicos da usina. Os índios, liderados por Tuíra Caiapó, avançaram sobre o técnico. Ele teve a camisa rasgada e foi ferido no braço pelo facão de um dos guerreiros.

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