A Polícia Federal já vê indícios suficientes para enquadrar o sócio-fundador do Grupo Opportunity, Daniel Dantas, em crime de lavagem de dinheiro. O indiciamento do banqueiro ocorreria ao final da investigação Satiagraha. A PF avalia que o crime antecedente ao da lavagem é a gestão fraudulenta de instituição financeira.
Segundo a Polícia Federal, a lavagem foi consolidada por meio da ocultação de valores ilícitos e a posterior inclusão desse dinheiro em atividades aparentemente legais. A base da apuração que mira o controlador do Grupo Opportunity é o inquérito produzido pelo delegado Protógenes Queiroz, que indiciou Dantas por gestão fraudulenta e a ele atribuiu o papel de “capo” de organização criminosa.
A PF não vai desmerecer, nem engavetar, o trabalho de Protógenes apesar do embate institucional que surgiu no rastro da Satiagraha. Ele afirmou que a missão foi sabotada. A meta é aprimorar a investigação que o delegado conduziu até ser afastado do caso – oficialmente para fazer um curso de especialização na Academia Nacional de Polícia.
A equipe da PF que herdou o inquérito Satiagraha tem larga experiência em investigações dessa natureza. Essa equipe passou as últimas duas semanas ocupada com o que chama de radiografia completa da trajetória de Dantas, desde o início de suas atividades, na Bahia, suas vinculações políticas e ligações com o grupo do senador Antonio Carlos Magalhães, morto em 2007. Além do crime de lavagem, Dantas poderá ser indiciado por formação de quadrilha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.