PF deflagra operação contra a empresa Kroll

Rio – A Polícia Federal deteve ontem cinco pessoas envolvidas na ?Operação Chacal?, que investiga um esquema de espionagem da Kroll Associates sobre a Telecom Italia, a pedido da Brasil Telecom. O caso também envolve a acusação de espionagem de integrantes do alto escalão do governo Lula. Entre os detidos está o próprio presidente da Kroll no Brasil.

A Kroll é acusada de espionar a Telecom Italia em nome da Brasil Telecom, sob controle do Banco Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas. No Rio, os policiais estiveram em cinco endereços, incluindo a sede do Banco Opportunity, no Centro; a sede da Kroll, na torre do Rio Sul; e o apartamento de Daniel Dantas, onde foram apreendidos cinco malotes de documentos. A polícia também esteve na Urca, na casa do português Tiago Verdial, que tinha sido contratado pela Kroll como investigador, e na Rua Barão de Mesquita, na Tijuca. Verdial chegou a ser preso em julho e depois foi liberado.

O delegado da Polícia Federal Romero Menezes, que está em São Paulo para acompanhar a “Operação Chacal”, confirmou que foram presos e autuados em flagrante o presidente da Kroll no país, Eduardo Sampaio Gomide, o gerente Vander Aloisio Giordano, a investigadora Júlia Marinho Leitão da Cunha, Rodrigo de Azevedo Ventura e Ricardo Sanchez, ambos acusados de operar equipamentos de escuta. Equipamentos foram apreendidos pela Polícia Federal.

Os cinco funcionários da Kroll estão prestando depoimento na sede da PF e serão indiciados por crime de formação de quadrilha, cuja pena é de um a três anos de reclusão. Eles só serão liberados se ingressarem na Justiça com pedido de habeas corpus e conseguirem decisão favorável. Os cinco foram presos no escritório da empresa em São Paulo.

O delegado da PF disse que o banqueiro Daniel Dantas e a presidente da Brasil Telecon, Carla Cicco, também deverão ser indiciados. Segundo ele, constatado que a Kroll fazia operações ilegais no Brasil, a empresa que a contratou, a Brasil Telecom, também deve responder pelo crime. Ao todo, segundo a Polícia Federal, foram expedidos pela Justiça 16 mandados de prisão. Deste total, sete em São Paulo, seis no Rio de Janeiro, um em Ribeirão Preto, um em Brasília e um em Curitiba.

Segundo o delegado da PF, as investigações em curso não envolvem autoridades governamentais, apenas espionagem de empresas por empresas. As espionagens contavam com o apoio de servidores públicos, que passavam informações sigilosas à empresa Kroll. Menezes explicou que as investigações estão sob segredo de Justiça e, por isso, os nomes dos demais envolvidos não serão divulgados até que os mandados sejam cumpridos.

Menezes afirmou que a investigação na Kroll começou durante as apurações da concordata da Parmalat.

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