PF defende a escuta legal

São Paulo

(AE) – O porta-voz da Polícia Federal (PF) em São Paulo, delegado Gilberto Tadeu, defendeu ontem a operação realizada pela instituição e que levou à intercepção telefônica de integrantes do PT. “Recebemos uma denúncia anônima informando que uma quadrilha de narcotraficantes havia matado o prefeito Celso Daniel. Devido ao clamor e urgência da situação e levando em conta vários pedidos, entre eles, o do próprio PT, o juiz autorizou o pedido para que fosse feita a escuta telefônica”, disse.

Tadeu leu uma nota oficial da PF dizendo que a ação foi instaurada em 22 de janeiro com o objetivo de apurar a possível motivação política no seqüestro e morte de Daniel. Paralelo a isso e em virtude das denúncias anônimas, que davam conta da possível participação de uma organização criminosa ligada ao tráfico de drogas na execução do seqüestro, a Delegacia de Prevenção e Repressão ao Tráfico de Drogas desenvolveu medidas de inteligência. Entre outros recursos legais de investigação, segundo o porta-voz da PF, foi usado da gravações de conversações por meio de terminais telefônicos.

“Mas tudo conforme a lei e com autorização judicial”, considerou. Tadeu não explicou, contudo, porque no primeiro ofício encaminhado ao juiz-corregedor do Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo), Maurício Lemos Porto Alves, que autorizou as escutas telefônicas, a corporação não informou que se tratava de uma operação para apurar a morte do ex-prefeito de Santo André, mas sim de investigações sobre o narcotráfico.

Partido exige explicações

Brasília

(AE) – O PT convidará o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Itanor Neves Carneiro, e os delegados Alberto Lassere Kratz Filho e Marcelo Godoy para prestarem esclarecimentos sobre o caso das escutas telefônicas envolvendo integrantes do partido, em Santo André, no Grande ABC (SP). A informação é do líder da legenda na Câmara, João Paulo Cunha (SP).

Segundo Cunha, se eles se recusarem a dar explicações, o ministro da Justiça, Miguel Reale Júnior, será convocado para falar sobre o assunto. Os requerimentos serão encaminhados pela Comissão de Defesa Nacional ou de Segurança.

Kratz Filho assessorava a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Narcotráfico na Câmara e, segundo o líder do PT na Casa, foi responsável pela quebra de sigilo telefônico de alguns integrantes da sigla sob a alegação de suposto envolvimento com o tráfico de drogas.

Já Godoy foi autor do relatório denominado “Operação Távola Redonda”, que apurou os resultados das investigações obtidas a partir da quebra do sigilo telefônico dos acusados.

Cunha reiterou que a Partido dos Trabalhadores quer que as apurações sobre as denúncias de corrupção envolvendo a Prefeitura de Santo André sejam mantidas e aprofundadas, mas ressalta que o temor dos dirigentes da legenda é que o assunto seja tratado sob a ótica política. “Nós queremos ser investigados”, afirmou.

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