A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira, 10, a Operação Hipaspistas, para impedir a reorganização de uma facção criminosa que atua dentro e fora do sistema penitenciário do País. A investigação é um desdobramento da Operação Érebo, que identificou os responsáveis por ataques em cidades de Roraima em junho do ano passado.

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Agentes cumprem 63 ordens expedidas pela Vara de Entorpecentes e Organizações Criminosas da Justiça Estadual em Roraima – 35 mandados de prisão preventiva e 28 de busca e apreensão – em Boa Vista, Rorainópolis, Caracaraí e Mucajaí (RR), Santos (SP), Londrina e Ponta Grossa (PR).

Mais de 150 policiais federais participam das ações que contam ainda com o apoio do Departamento Penitenciário Nacional, da Divisão de Inteligência e Captura da Secretaria de Justiça e Cidadania de Roraima e do Ministério Público Estadual.

A investigação é um desdobramento da Operação Érebo, que cumpriu 45 mandados de prisão preventiva em Boa Vista e em Mossoró (RN) em novembro de 2018 e mapeou a estrutura da organização criminosa em Roraima que teria sido responsável por atentados que ocorreram em pelo menos cinco dos quinze municípios do Estado em julho do ano passado.

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Na época, delegacias, prédios da Polícia Militar, agências bancárias e prefeituras foram atacados com coquetéis molotov. Segundo a Polícia Federal, as ordens para os ataques teriam partido de dentro da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, maior penitenciária de Roraima, e foram dadas após a autorização do responsável pela organização no Estado, que estava preso no Presídio Estadual de Piraquara, no Paraná.

Após a operação Érebo, a facção criminosa teria começado a se reestruturar em Roraima, inclusive com a indicação de novos líderes, informou a PF. A investigação acompanhou o processo e identificou novamente a atuação dos principais membros da organização. As atividades do grupo são coordenadas por lideranças de outros Estados, indicou a Polícia Federal.

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De acordo com a PF, as prisões dos investigados “vão garantir a manutenção da redução das atividades da facção no Estado”. A maior parte dos alvos da Operação Hipaspistas já possui indiciamentos ou condenações por outros crimes.

A investigação apura os crimes de participação em organização criminosa, com uso de arma de fogo e agravamento de pena para os chefes do grupo, e de tráfico de drogas. As penas, somadas, podem ultrapassar os 25 anos de prisão, informou a PF.

Segundo a Polícia Federal, o nome da operação remete às unidades de elite do exército macedônico “que foram decisivas na batalha de Gaugamela (331 a.c.)”. “Mesmo em desvantagem numérica de 5:1 a favor do exército de Dario III, as forças do imperador Alexandre derrotaram o exército opositor centrando sua estratégia na liderança persa”, afirmou a PF.