PF apura se executivo quis apagar dado de computador

Executivo da Camargo Corrêa preso durante a Operação Castelo de Areia, Pietro Bianchi teve conversa gravada em grampo telefônico na qual teria discutido com um interlocutor, identificado apenas como Hélio, a troca do disco rígido de seu computador pessoal. Na conversa, segundo a Polícia Federal (PF), Bianchi avisa que terá de jogar fora a peça antiga porque “passou listagem por ele”. Para os federais, a “listagem” pode ser um rol de beneficiários de supostas doações ilegais da empreiteira a partidos e candidatos nas eleições do ano passado.

A conversa foi gravada pouco mais de um mês das eleições. No dia 13 de agosto, Bianchi avisa a Hélio que irá jogar fora seu disco rígido. Ele diz que é por motivo de segurança e que “o pessoal disse que nem apagando” – em referência a arquivos suspeitos, segundo a PF. Hélio pergunta se a mudança de disco rígido deveria ser efetuada em “seu micro”. O executivo pede que seja feita em seu “particular”.

“Vocês vão ter que tirar o que tá lá dentro e botar um novo, mas eu quero comprar o novo pra não ter que pegar, fazer pedido”, teria dito Bianchi. De acordo com os federais, essa foi uma das táticas do grupo para despistar qualquer possível investigação. Além de se preocupar com a troca do disco rígido, Bianchi usava um telefone criptografado, para evitar grampos, apostava em aparelhos de VoIP (que realiza ligações pela internet) e usava o programa de computador Skype, que criptografa automaticamente as chamadas.

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