O procurador da República Rodrigo de Grandis afirmou nesta quarta-feira que, no curso das investigações da Operação Satiagraha, a Polícia Federal encontrou indícios de empréstimos ilegais feitos entre diretores e empresas do Grupo Opportunity. O comentário foi feito acerca das ações de busca e apreensão que a PF fez em escritórios do grupo hoje. A prática é vedada pelo artigo 17 da Lei 7.492/86, referente aos crimes contra o sistema financeiro nacional e mais conhecida como Lei do Colarinho Branco. Esse tipo de operação poderia ter como objetivo ocultar a origem dos recursos que geraram a movimentação financeira. “Não estamos dizendo que os empréstimos foram irregulares, mas existem indícios de que foram”, disse De Grandis.

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A Polícia Federal pediu os documentos referentes a essas transferências, feitas por meio de contratos de mútuo e Adiantamentos de Futuro Aumento de Capital (Afacs) aos diretores do Grupo Opportunity Eduardo Penido Monteiro e Norberto Aguiar Tomaz, que tiveram a prisão temporária decretada em julho do ano passado, juntamente com o sócio-fundador Daniel Dantas.

Diante da negativa dos diretores em atender o pedido, a PF pediu à Justiça autorização para busca e apreensão dos documentos na sede do Grupo Opportunity, no Rio, e em suas empresas. O Ministério Público, por meio do procurador da República Rodrigo de Grandis, manifestou-se favoravelmente à solicitação. Ontem, o juiz da 6.ª Vara Criminal Federal, Fausto Martin de Sanctis, decretou as buscas. “Eles alegaram que a PF já tinha alguns contratos, o suficiente para a investigação, e que não tinham obrigação de repassá-los. Isso está incorreto, e o inquérito quer saber os empréstimos são ou não ilegais”, disse De Grandis. Em nota, a defesa do Opportunity afirmou que a busca e apreensão “está impregnada de arbitrariedades”.

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