Petrobras vai plantar florestas no Rio de Janeiro

Rio – A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) finaliza até agosto próximo estudo de viabilidade que visa a implantação de áreas de seqüestro de carbono (redução de emissões) em sistemas agroflorestais e reflorestamentos ambientais junto a pequenos produtores rurais na área de influência da usina térmica Eletrobold, no Estado do Rio.

A informação foi dada ontem no 1.º Congresso Ibero-Americano de Desenvolvimento Sustentável, pelo chefe do Departamento de Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da UFRRJ, Peter May. O trabalho está sendo elaborado em parceria com a termelétrica Eletrobold, adquirida pela Petrobrás, e os Grupos de Geoprocessamento Ambiental da Universidade Federal Fluminense (UFF) e de Monitoramento Ecológico da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Os recursos para esse trabalho de Pesquisa e Desenvolvimento científicos são oriundos de parcela fixada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) como parte do processo de licenciamento das empresas do setor, correspondente a 2% da receita líquida anual, revelou Peter May. Segundo o especialista, a usina já iniciou um trabalho inédito de reflorestamento dentro da área onde está instalada a empresa, no município de Seropédica, na Bacia do Rio Guandu, cujo entorno está inteiramente desmatado. O resultado do trabalho apontará o desenvolvimento de modelos de cooperação entre a comunidade e a empresa, visando a não utilização de, pelo menos, uma parte das emissões de gases causadores do chamado efeito estufa na atmosfera. May estimou que seriam necessários milhares de hectares de florestas para inutilizar o impacto de uma termelétrica. Reconheceu, contudo, que ?essa é uma forma de mostrar que a empresa tem uma preocupação com o verde, com o futuro do planeta, e também uma preocupação social com a comunidade de seu entorno?.

Peter May admitiu ainda que a redução de emissões poderá ser aproveitada pelo País para negociação em um futuro mercado interno de carbono, como está sendo proposto pela Bolsa de Mercadorias e Futuros para funcionamento ainda este ano na Bolsa do Rio de Janeiro. Sugeriu, inclusive, que para reduzir o efeito estufa, a Petrobras poderia comprar créditos de quem planta agroflorestas, contribuindo para transformar esse projeto num projeto nacional. O trabalho desenvolvido pela Eletrobold e a UFRRJ seria incrementado com outras termelétricas e maiores áreas de reflorestamento, expandindo a tecnologia que ainda não está disponível no País, disse May.

Convênio contra desmatamento ilegal

Brasília – A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou ontem a criação de um convênio permanente entre a Polícia Federal e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para apurar denúncias de desmatamento ilegal em todo o Brasil. O convênio, batizado de Operação Arribação, terá o foco inicial na Amazônia. ?A qualquer momento, em qualquer parte do País, os que estão fazendo as práticas irregulares e criminosas contra o meio ambiente poderão ser surpreendidos como foram agora no Mato Grosso?, disse a ministra. O Ibama do Mato Grosso ficará sob intervenção por 60 dias e já tem uma equipe substituta nomeada. O fornecimento de novas Autorizações de Transportes de Produtos Florestais também está suspenso por 30 dias no estado e todos os servidores que operavam o sistema de controle estão descredenciados.

Nos próximos 90 dias, passarão por auditorias todos os Planos de Manejo Florestal em vigor no Estado e todas as autorizações para desmatamento já concedidas pelo Ibama. As empresas do setor florestal do Estado também serão inspecionadas, nos próximos 60 dias, a fim de verificar a autenticidade das informações cadastradas no Ibama. Todos os servidores envolvidos nas fraudes responderão a processo administrativo disciplinar.

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