A recente alta do preço do petróleo, que ultrapassou a casa do US$ 100 o barril no início do ano, puxou para cima os preços do gás natural no mercado brasileiro. Segundo fonte próxima das concessionárias de gás canalizado, a Petrobras reajustou em quase 10%, para US$ 7,80 por milhão de BTU (unidade térmica britânica, na sigla em inglês), o preço do gás boliviano comercializado para as distribuidoras em abril. No primeiro trimestre do ano, o preço praticado pela estatal era de US$ 7,1 por milhão de BTU.
O gás boliviano é reajustado trimestralmente pela Petrobras. A fórmula adotada pela estatal para reajustar o insumo importado da Bolívia é composta pelo custo do transporte e pelo valor da commodity, que é atrelado a uma cesta de óleos combustíveis no mercado internacional. É esse fator que torna o preço do gás natural sensível às oscilações do petróleo.
De acordo com a mesma fonte, o preço do gás natural nacional também sofreu reajuste em abril e agora custa cerca de US$ 10 por milhão de BTU. Vale ressaltar que esse é o valor cheio do preço do insumo, já que os novos contratos de suprimento entre a Petrobras e algumas concessionárias, como Bahiagás e Comgás, firmados no fim do ano passado, prevêem que os reajustes do gás nacional sejam diluídos ao longo dos próximos dois anos.
Apesar do aumento do preço do gás nacional e boliviano, isso não significa que os reajustes chegarão ao consumidor imediatamente, já que o repasse é uma decisão exclusiva das concessionárias. No caso de São Paulo, a data-base para reajustes da Comgás e da Gás Natural São Paulo Sul é em maio de cada ano.