A Petrobras quer transformar o dique seco que está sendo construído sob sua encomenda em Rio Grande (RS) na primeira fábrica de cascos de plataforma no mundo. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (3) pelo presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao local. A idéia segundo informou, é produzir em série os cascos das unidades do tipo FPSO (sistema flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo).
"Estamos preparando o dique seco de Rio Grande para produzir cascos em série e padronizados, reduzindo os custos e aumentando a escala de produção. Por isso, esse empreendimento será extremamente importante para o futuro da indústria de petróleo brasileira", anunciou o presidente da Petrobras, em nota.
Durante entrevista, Gabrielli chegou a afirmar que a estrutura da nova fábrica vai reduzir os custos de construção das unidades que serão instaladas para a produção de óleo na camada pré-sal, abaixo do leito marinho, na Bacia de Santos, onde está localizado o megacampo de Tupi.
Atualmente, a construção de cascos de plataformas depende de compras de cascos de navios usados, geralmente oriundos do exterior, que são adaptados nos estaleiros locais. Segundo Gabrielli, o empreendimento vai gerar cerca de três mil empregos diretos e aumentará a presença de conteúdo nacional (contratação de bens e materiais produzidos no Brasil). Os investimentos, de acordo com o presidente da Petrobras, dependerão dos resultados das licitações das plataformas e do volume da produção.
Dique
Primeiro dique no Brasil que oferecerá condições para o compartilhamento simultâneo de obras de construção, conversão e/ou reparo de emergência de plataformas de produção e de perfuração, o dique seco de Rio Grande tem conclusão prevista para fevereiro de 2009, segundo a Petrobras.
Atualmente, o empreendimento gera aproximadamente um mil empregos diretos. Com o crescimento do volume das obras, esse número deverá chegar a 1,5 mil postos de trabalho a partir de julho. O investimento no dique seco é de R$ 439 milhões.
A infra-estrutura em Rio Grande compreende uma área de aproximadamente 500 mil metros quadrados. No local, estão em construção oficinas para processamento de até 12 mil toneladas de aço por ano e dois cais de acabamento, sendo um de 150 e outro de 350 metros de comprimento.
Plataforma
A primeira plataforma construída no dique seco será a P-55, cujas obras começarão ainda em 2008, com término previsto para o fim de 2011.