O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, admitiu, em entrevista em Londres, que a companhia não tem como atender ao crescimento da demanda por gás natural no curto prazo e disse que vem alertando as distribuidoras desde o início da crise da Bolívia. ?Hoje, se tivermos de manter o crescimento no consumo de gás, vamos ter algumas dificuldades em entregar o volume além do contrato. A indústria de gás não é como um supermercado em que você vai lá e compra.?

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Em entrevista à BBC de Londres, Gabrielli mais uma vez reconheceu que a tendência, a médio e longo prazos, será que o consumidor pague mais caro pelo gás natural. No Rio, a diretora de Gás e Energia da estatal, Maria das Graças Foster, seguiu a mesma linha, ao afirmar que o ?preço do gás tem de pagar o custo de exploração e produção? do produto. Segundo ela, a Petrobras já vem adotando uma estratégia de elevar o preço, ao reajustar trimestralmente seus contratos, após dois anos de descontos. Para o consumidor final, porém, o preço é fixado pelas distribuidoras.

Os dois executivos criticaram também o preço do gás natural veicular (GNV) no País. ?Para mim é absolutamente claro que o preço do GNV nas bombas não corresponde à realidade?, disse Graça. Ontem, a oferta do combustível nos postos do Rio foi retomada por força de liminar. Para Graça, a opção da CEG de cortar o GNV em 89 postos, em vez de negociar a substituição do combustível com seus clientes, como fez a Comgás, é ?incompreensível?.

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