Petrobras inicia hoje discussões sobre gás na Bolívia

Uma comitiva da Petrobras, comandada pelo seu presidente, José Sérgio Gabrielli, se reúne hoje em La Paz com representantes da área de petróleo e gás da Bolívia, em mais uma tentativa de reaproximação após a reestatização dos ativos da estatal brasileira feita pelo governo Evo Morales. O objetivo é preparar uma agenda para a reunião entre Evo e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 12 de dezembro.

La Paz quer aproveitar o momento crítico do setor de gás no Brasil para reaver investimentos suspensos pela Petrobras. A comitiva é formada também pela diretora de Gás, Graça Foster, e pelo diretor de Internacional, Nestor Cerveró. Gabrielli, que deveria ter desembarcado ontem mesmo em La Paz, adiou sua viagem para participar de uma reunião com Lula.

A negociação na Bolívia envolverá as garantias da YPFB e do Ministério dos Hidrocarbonetos, sem as quais a Petrobras não injetará novos recursos no país. Se houver sucesso, o caminho estará cimentado para um acordo mais amplo, que tenderá a abrandar a influência da Venezuela. Segundo um ministro de Lula, Evo se deu conta de que não pode deixar o principal setor econômico do país à mercê de Hugo Chávez e optou pela reaproximação com o Brasil.

A Bolívia está no limite da capacidade de produção e não vê perspectivas de investimentos para cumprir os novos contratos de exportação à Argentina. Na visão do Itamaraty, o governo Evo deu sinais de que não haverá novos sustos e, por isso, é novamente uma alternativa para suprir o País. ?Existe uma necessidade de gás bastante evidente (do Brasil). O cliente natural da Bolívia (para o gás) é o Brasil?, disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

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