A Petrobras demitiu por justa causa o advogado Nilton Teixeira de Paula, funcionário do Departamento Jurídico acusado de envolvimento nas fraudes em licitações que foram investigadas pela "Operação Águas Profundas" da Polícia Federal e da Procuradoria da República no Rio.
Em 10 de julho, quando foi deflagrada a operação, o juiz da 4ª Vara Federal Criminal do Rio, Flávio Lucas, recebeu a denúncia contra 26 envolvidos – cinco deles servidores da Petrobras – e decretou a prisão de 18 dos acusados. Teixeira não estava entre os réus do processo na primeira fase do caso.
Embora não tenha sido denunciado, o advogado apareceu nas investigações supostamente passando informações para o empresário Arnaldo Araújo de Mattos Filho, sócio da Angraporto, cujos demais donos foram presos e denunciados pelas fraudes nas licitações na estatal.
A suspeita partiu do procurador da República Carlos Alberto Aguiar no pedido de busca e apreensão na casa do empresário. Aguiar revelou uma escuta telefônica em que Matos Filho e uma pessoa identificada como Marcelo falam no pagamento de propina de R$ 20 mil para um funcionário da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), em troca de uma licença ambiental.
No caso de Teixeira, ele foi pego em conversas telefônicas com Mattos Filho negociando um "aditivo" que a empresa teria que fazer com a empresa Multitek Serviços de Engenharia Ltda., de Juiz de Fora. Segundo as investigações policiais, o aditivo seria de R$ 1,4 milhão.